PROJETO INTERFACE
OSS - Assoc. de Cultura e Cidadania de Sol a Sol
Kaaruara
elaboração e execução: Erly Ricci e Silzi Mossato
Luis
Fabiano Corujinha é músico e professor. Atua em espaço próprio,
na Vila Santo Antônio, em Morretes, mas decidiu, que além de dar
aulas de instrumentos e técnicas vocais era preciso dispor suas
habilidades à revitalização da cultura fandangueira. Para ele,
essa revitalização implica em resgatar a dança centenária, suas
músicas e instrumentos. O caminho encontrado foi, junto com outros
músicos, frequentar as aulas ministradas no Ponto de Cultura Casa
Mandicuera e, ao mesmo tempo, fundar uma ONG para dar sustentação à
proposta. Assim nasceu a ACAMFAM – Associação Cultural dos
Artistas, Músicos e Fandangueiros de Morretes. A legalização da
mesma foi marcada com a promoção do Baile de Fandango, no penúltimo
dia da Festa Feira de Morretes. Ao lado de Luis Fabiano, nesta
promoção, encontramos Luis Fernandes (dançarino de fandango),
Fernando Nunes Cordeiro (viola caipira) e João Batista de Andrade
(viola caipira).
Mestre Zeca e Aorélio Domingues |
O baile
promovido pela ACAMFAM contou com a presença de músicos e
dançarinos da Casa Mandicuera.
Antes , os convidados do foram
recebidos para o barreado, mas fandangueiros não esperam a hora
marcada para tocar, e entre um prato e outro, uma dose de Mãe Cá
Filha e outra, a roda foi formada e música encadeada, quase sem
interrupção.
Poro de Jesus, Aorélio Domingues, Mestre Zeca, Marcos
Praga (o Praguinha), Miguel Martins (Mamangava) e seu irmão Darci
Martins (o Bom Jesus), em parceria com tocadores locais,
fandanguearam o jantar.
Marcos Praga (Praguinha) |
Nesta
noite o grupo de tocadores contou com a presenta de dona Aliete, mãe
de Aorélio, que deu show a parte, tocando com um par de colheres.
A
cantoria espontânea, que começa assim que dois ou mais tocadores de
posse de algum instrumento se encontram, tem sido uma constante nos
encontros mantidos com esses grupos, mas o baile de fandango foi
espetáculo à parte, desencadeado pela afinação dos instrumentos,
pelos testes de som, pelas brincadeiras entre os bailarinos e
músicos. A descontração continuou quando os tocadores tomaram seus
instrumentos e seus lugares e os dançarinos o espaço a frente.
Tamise Fernandes Alves, Lenon Rodrigo, Elyson Domingues, Adriely
Lang, Denis Lang, Bruno Alves de Oliveira e Paulo Henrique, formando
a roda ou mostrando a agilidade com que os tamancos mostraram porque
essa cultura merece esforços desprendidos para sua preservação e
renovação.
Luis Corujinha, Mamangava, Bom Jesus, Poro de Jesus, Bruno e Aliete |
Mas baile
de fandango não é espetáculo para ser assistido. É para ser
experimentado. Entre uma apresentação e outra, a plateia deixou de
existir e protagonizou o espetáculo. Muitos, sem saber que o bailado
conta a história da nossa colonização.