Apresentação e baile de fandango na Casa Hoffmann sábado - 23/03/2013 (Aorélio Domingues e a filha Luma ao fundo) |
O fandango paranaense continua vivo, não por graça e empenho
dos folcloristas acadêmicos, mas pelo dinâmico esforço dos próprios caiçaras,
através dos velhos mestres e seus descendentes, como a Família Pereira, de
Guaraqueçaba, e jovens caiçaras como José Muniz, também de Guaraqueçaba, e
Aorélio Domingues, da Ilha dos Valadares, em Paranaguá. Desses, Aorélio é o
mais proeminente, porque conseguiu tirar do fandango e da cultura caiçara o
limbo de preconceito com que sempre foi tratado para alçá-lo a um lugar de
destaque e de reconhecido valor cultural.
O trabalho desenvolvido por Aorelio Domingues, na Casa
Mandicuera e junto às comunidades caiçaras do litoral paranaense foi
reconhecido como um dos mais importantes da cultura popular brasileira. Aorélio
foi um dos que lutaram bravamente para que o Fandango fosse tombado como
Patrimônio Imaterial do Brasil e agora recebe o título de Salvaguardador de
Culturas Tradicionais, em âmbito internacional. Foi, ainda, convidado para
participar do encontro de Violas de arame em Portugal onde tocará juntamente com grandes músicos violeiros do
Brasil e de Portugal, que acontece de 22 de abril a 1º de maio.
No meio de tudo isso, ainda participa da Folia do Divino
Espírito Santo, que vai levar as bandeiras para as comunidades litorâneas a
partir do dia 5 de abril e ainda volta de Portugal para encerrar a Festa do
Divino, em Paranaguá.
Mas Aorélio não está só. Tem o apoio integral de sua linda
família (a mãe Dona Aliete, a companheira de arte e de vida, a premiadíssima
atriz a artista visual Mariana Zanete, as filhas Luma e Malu (na foto acima, com
Mariana), o incansável artesão Poro de Jesus, Mestre Zeca Martins, que sempre o
acompanha tocando rabeca e ensinando fandango aos jovens na Casa Mandicuera, os
meninos dançarinos, Tamise Fernandes Alves, Lenon Rodrigo, Elyson Domingues e
Paulo Henrique, os irmãos violeiros Miguel (Mamangava) e Darci Martins (entre
outros e outras que não cito e peço perdão pela falha da memória), mas que
formam uma grande e talentosa família a preservar e enriquecer a cultura
caiçara do Paraná.